Avaliação isocinética do joelho vira aliada para detectar desequilíbrios


Sabe-se que uma alteração no índice de amplitude, força e potência do movimento pode levar a doenças como a tendinite patelar, condromalácia e lesões musculares O conceito de equilíbrio funcional músculotendíneo reflete um parâmetro importante na adequada realização da prática de esportes. O aparelho isocinético é uma maquina na qual o indivíduo realiza um esforço muscular máximo que se acomoda à resistência. A principal característica é a de o aparelho possuir velocidade angular constante, permitindo realizar movimento na sua amplitude articular. A resistência oferecida pelo atleta examinado varia conforme a força realizada em cada ponto da amplitude articular e também diretamente proporcional à força física do indivíduo. Quanto mais força aplicada ao aparelho, maior será a resistência que o mesmo devolverá. Mas a velocidade angular é sempre constante, em graus por segundo, definida previamente pelo examinador. Quais as vantagens em se realizar o exame? Referem-se à resistência oferecida, que favorece o paciente trabalhar em um valor submáximo ao arco de movimento doloroso e num valor máximo nas amplitudes não dolorosas. É possível o desenvolvimento de velocidades de contração muscular mais rápidas e semelhantes a algumas atividades esportivas, como, por exemplo o chute no futebol. As indicações para o exame referem-se ao estudo da proporção do equilíbrio muscular agonista/antagonista e na diferença entre os grupos musculares agonistas de um lado comparado ao seu contra lateral. As avaliações pré-temporadas permitem determinação do adequado equilíbrio muscular. Parâmetros de análise: 1) Pico de torque Representa o ponto de maior torque na amplitude de movimento. Medida em newton-metro (Nm). 2) Trabalho Representa a energia realizada no esforço muscular durante o movimento (produto do torque pelo deslocamento angular). É expresso em joule (J). 3) Potência É o resultado do trabalho realizado dividido pelo tempo, expresso em watt (w). A velocidade angular é diretamente proporcional à potência, ou seja, quanto maior a velocidade angular, maior a potência. Quanto menor a velocidade angular, menor a potência. valeria-figueiredo-cursos-ortopedia-joelho-blog Relação de equilíbrio agonista/antagonista Representa a proporção entre tais grupos, existindo para cada articulação. Maiores para a potência. Por exemplo, no joelho a relação entre o pico de torque dos flexores/extensores é por volta de 60%, ou seja, o valor absoluto do pico de torque dos grupos musculares anteriores da coxa (numerador) dividido pelo posteriores da coxa (denominador) resulta num valor em percentagem igual a 60. Portanto, a diferença entre os extensores (mais fortes) e os flexores (mais fracos) é de 40%. O teste isocinético tornou-se mais conhecido e vem sendo utilizado cada vez mais por treinadores e equipe medica ligada diretamente a atletas de alto rendimento como ferramenta preventiva, principalmente no período denominado pré-temporada, ou na chegada de atletas novos aos clubes, visando- se minimizar a chance de lesões. O equilíbrio muscular agonista/antagonista, a comparação entre os lados direito e esquerdo e a necessidade do retorno adequado à atividade esportiva pós-lesão ou no pós-operatório, com níveis semelhantes ou superiores de condicionamento e aptidão física, são objetivos do atleta e de sua equipe multidisciplinar para serem atingidos. Para esportistas em geral ou para pessoas que desejem ingressar em determinado esporte, o teste é indicado para a correção de determinados desequilíbrios musculares. Exemplos clássicos são a relação agonista/antagonista do joelho em corredores de rua. Sabe-se que uma alteração no neste índice pode levar a doenças como a tendinite patelar, condromalácia e a lesões musculares, principalmente das cadeias posteriores da coxa durante o “sprint”. Para mulheres que praticam vôlei, handebol e basquete, o exame destina-se a prevenção de um possível entorse de joelho e consequente lesão menisco-ligamentar, comuns neste sexo. Referencias bibliográficas: 1. Hislop HJ, Perrine JJ. The isokinetic concept of exercise. Phys Ther 1967;47:114-7. 2. Greve JMD, Terreri AST, Plapler PG. Avaliação do torque isocinético flexor e extensor do tronco em atletas e sedentários normais. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo 1997;52:154-7. 3. Nery CAS, Alloza JFM, Laurino CFS, Tanaka GS. Avaliação da força muscular isocinética do pé e tornozelo após tratamento cirúrgico das lesões do tendão de Aquiles, utilizando a transferência  do tendão fibular curto. Rev Bras Ortop 1997;32:503-12. 4. Shinzato GT, Vasconcelos JCP, Ogawa CT, Sampaio ICSP, Gonçalves A, Neves EM. Protocolo de avaliação funcional de joelho em patologias ortopédicas. Acta Fisiátrica 1996;3:30-6. 5. Terreri AS, Ambrósio MA, Pedrinelli A, Albuquerque RFM, Andrusaitis F, Greve JMD, Carazzato JG, Amatuzzi MM. Isokinetic assessment of the flexor-extensor balance in athletes with total  rupture of the anterior cruciate ligament. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo 1999;54:53-60.

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Michele Funck Piccoli, Santana de Parnaíba - SP

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